Elizabeth Harkot-de-La-Taille (FFLCH/USP)
A partir da perspectiva da semiótica francesa, tomo a proposta de um modelo de arquitetura mental avançado por Brandt (2006, 2010) e as ponderações de Klinkenberg (2008) e Grupo m (2005, 2011) sobre a semiogênese, os resíduos, a criação, e a identidade, a fim de apresentar uma leitura semiótica do percurso de conquista da consciência da semiose, da linguagem e da identidade em Helen Keller (1890-1968). Personagem real da história recente, portadora de cegueira e surdez desde os 19 meses de idade, seus escritos (KELLER 1903, 1904) permitem aprender que seu percurso de conquista de identidade inaugura-se nos estímulos sensoriais, gradativamente compreendidos em sua inteligibilidade, e continua pela ação da linguagem, que v em integrar a matéria inteligível gerada pelos estímulos ao conhecimento do mundo e à noção da própria identidade, pela força afetiva das paixões, por meio de narrativas sociais. As reflexões sobre o processo semiótico-cognitivo de Keller levam a pensá-lo como originado na leitura que a menina cega e surda imprime ao sentido/percebido, ao relacioná-lo a outros estímulos de mesma ordem, relação que, ao se estabelecer garante-lhe, pela limiarização, a afirmação de um valor distintivo, o recorte do sentido/percebido, seu reconhecimento e associação a uma noção. Tal associação de estímulos permite-lhe, inicialmente, a concepção de coisas, mais tarde, de pessoas, o que lhe dota de um dispositivo enunciativo e lhe permite a concepção de narrativas, até que o sentido/percebido inicial, tendo deixado resíduos no processo, é por ela integrado a seus conhecimentos e passa a ser considerado parte de si mesma, de sua identidade.
A partir da perspectiva da semiótica francesa, tomo a proposta de um modelo de arquitetura mental avançado por Brandt (2006, 2010) e as ponderações de Klinkenberg (2008) e Grupo m (2005, 2011) sobre a semiogênese, os resíduos, a criação, e a identidade, a fim de apresentar uma leitura semiótica do percurso de conquista da consciência da semiose, da linguagem e da identidade em Helen Keller (1890-1968). Personagem real da história recente, portadora de cegueira e surdez desde os 19 meses de idade, seus escritos (KELLER 1903, 1904) permitem aprender que seu percurso de conquista de identidade inaugura-se nos estímulos sensoriais, gradativamente compreendidos em sua inteligibilidade, e continua pela ação da linguagem, que v em integrar a matéria inteligível gerada pelos estímulos ao conhecimento do mundo e à noção da própria identidade, pela força afetiva das paixões, por meio de narrativas sociais. As reflexões sobre o processo semiótico-cognitivo de Keller levam a pensá-lo como originado na leitura que a menina cega e surda imprime ao sentido/percebido, ao relacioná-lo a outros estímulos de mesma ordem, relação que, ao se estabelecer garante-lhe, pela limiarização, a afirmação de um valor distintivo, o recorte do sentido/percebido, seu reconhecimento e associação a uma noção. Tal associação de estímulos permite-lhe, inicialmente, a concepção de coisas, mais tarde, de pessoas, o que lhe dota de um dispositivo enunciativo e lhe permite a concepção de narrativas, até que o sentido/percebido inicial, tendo deixado resíduos no processo, é por ela integrado a seus conhecimentos e passa a ser considerado parte de si mesma, de sua identidade.
Data: 29/11 (Quinta)
Horário: das 10 às 12h.
Horário: das 10 às 12h.
Local: Anfiteatro C da FCLAr/Unesp.
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