No próximo dia 27/04, terça-feira, às 14h30, teremos a conferência "Semiótica da violência: hegemonia da branquitude e desumanização na cobertura policial", que será proferida pelo prof. Dr. Matheus Nogueira Schwartzmann (Unesp)*, no Seminário de Semiótica da Unesp (SSU). A transmissão será via YouTube e os certificados serão atribuídos via inscrição no formulário de presença, que será disponibilizado no chat durante o evento.
Semiótica da violência: hegemonia da branquitude e desumanização na cobertura policial
A vida – cotidiana, afetiva, psíquica, material e simbólica – das brasileiras e dos brasileiros é inteiramente atravessada pelo racismo. Esse atravessamento se reproduz de modo contínuo por práticas sociais diversas, estabilizadas nos sistemas educacional e legislativo, no cânone literário, na indústria cultural e nos meios de comunicação de massa, por exemplo, que, de modo coordenado, emolduram formas de vida e modos de existência da branquitude. Esse emolduramento produz um corte profundo na cultura, pois a prevalência de valores hegemônicos da branquitude – determinados pelo que podemos chamar de arquiformas de vida – cria um simulacro de real que exclui do campo do humano o grupo de pessoas racializadas. Nesta reflexão, partindo dessas constatações imediatas, buscaremos compreender as formas de vida da violência em alguns veículos de imprensa, que redundam, de um lado, na banalização e na naturalização da violência policial, em um processo de desumanização de pessoas racializadas, e, de outro lado, em procedimentos de sensibilização e benevolência, ligados à arquiforma de vida da branquitude.
*Nota biobibliográfica: Matheus Nogueira Schwartzmann é docente do Departamento de Estudos Linguísticos, Literários e da Educação, da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp de Assis, e do Programa de Pós-graduação em Linguística e Língua Portuguesa, da Unesp de Araraquara, do qual é atualmente Vice-coordenador. Atua na área de semiótica discursiva. Tradutor de diversos artigos, é autor de trabalhos sobre discurso, práticas semióticas e formas de vida, como “O retrato da chacina: estratégias de humanização no Caderno Cotidiano” (2019), “A noção de texto e os níveis de pertinência da análise semiótica” (2018), “Reflexões para uma semiótica das culturas: o caso da identidade trans” (2017) e “A noção de gênero em Semiótica” (2012), estes últimos com Jean Cristtus Portela. Organizou obras como Leitura: a circulação de discursos na contemporaneidade (2013) e Semiótica: identidade e diálogos (2012), e foi Editor da Revista do GEL (2016-2020). Foi Coordenador do GT de Semiótica da ANPOLL no biênio 2018-2020, é Secretário da Associação Brasileira de Semiótica – ABES e líder do Grupo de Pesquisa em Semiótica da Unesp (GPS-Unesp)