Salve, salve, querides,
Iniciamos nossas apresentações do Seminário de Semiótica da UNESP (SSU) em 2020.
No dia 19/03 às 14:30, não precisa tirar o pijama porque nosso encontro será online (clique aqui para acessar).
- Quem falará? O que falarão?
- Boas perguntas!
Seguem os resumos de nossos apresentadores:
A NOÇÃO DE PLANOS DA LINGUAGEM NA SEMIÓTICA DISCURSIVA
Carolina Mazzaron de Castro
(Doutoranda UNESP – FCLAr)
Resumo: Pretendemos, neste estudo, realizar uma investigação sobre a noção de planos da linguagem na semiótica discursiva, que compreende a correlação do plano do conteúdo e do plano da expressão, elemento indispensável às análises pretendidas por essa disciplina. A metodologia de análise da Historiografia Linguística, empreendida por pesquisadores como E. F. K. Koerner e P. Swiggers, será utilizada como alicerce a construção desta pesquisa. Nosso córpus será composto de obras que contenham concepções teórico-metodológicas que envolvam os planos da linguagem, noções presentes desde as definições iniciais de signo (Saussure) e de função semiótica (Hjelmslev); até os trabalhos mais recentes da semiótica discursiva (Fontanille; Zilberberg). Dessa forma, além de identificar, definir, descrever e analisar como os planos da linguagem são caracterizados metodologicamente no decorrer do tempo, acreditamos que, por meio de uma pesquisa historiográfica, novas concepções a esse respeito possam surgir a fim de contribuir para o desenvolvimento da teoria semiótica, ao mesmo tempo que nos permitirá enriquecer os debates sobre a análise do plano da expressão, tema central da semiótica contemporânea.
Palavras-chave: Conteúdo; Expressão; Historiografia Linguística; Linguagem; Semiótica do Discurso; Signo.
PROCEDIMENTOS DE INVESTIGAÇÃO SEMIO-HISTORIOGRÁFICA DO CONCEITO DE FIGURATIVIDADE NA SEMIÓTICA DISCURSIVA
Flavia Karla Ribeiro Santos
(Doutoranda UNESP – FCLAr)
Resumo: Conceito operacional responsável por fazer com que o enunciatário creia no discurso manifestado, a figuratividade atua em todos os níveis do percurso gerativo, desde a introdução dos valores no discurso até a produção de efeitos de verdade, entre eles, a simulação de experiências sensíveis. Entretanto, esse conceito nem sempre foi entendido dessa maneira pelos semioticistas. Da Semântica estrutural (1973 [1966]) de Greimas à Semiótica das paixões (1993 [1991]) de Greimas e Fontanille ou, ainda, aos Caminhos da semiótica literária de Denis Bertrand (2003 [2000]), o entendimento sobre as organizações figurativas sofreu metamorfoses; muitas delas registradas em artigos científicos, cujas publicações se entremeiam e se entretecem ao surgimento dessas obras basilares para disciplina. É pensando, portanto, nesse processo de construção de um saber científico que visamos contribuir para a estruturação de uma história das ideias semióticas, demonstrando, neste trabalho, de que modo podemos selecionar e analisar um córpus composto de artigos científicos publicados em periódicos brasileiros e franceses especializados em semiótica discursiva, a fim de fazer transparecer o processo de elaboração do conceito de figuratividade nessa disciplina com base em pressupostos metodológicos da Historiografia Linguística e da própria semiótica discursiva. Realizando, dessarte, uma abordagem semio-historiográfica, associamos elementos da metodologia semiótica a métodos desenvolvidos por historiógrafos como Pierre Swiggers, Konrad Koerner e Cristina Altman, na diferenciação dos artigos – entre os textos-fontes selecionados para análise –, ordenando os que apresentam debates continuístas e de rompimento com abordagens semióticas da figuratividade, e na tipificação das proposições teóricas que contribuíram para o estudo desse conceito. Este trabalho conta com auxílio financeiro da CAPES (Código de Financiamento 001).
Palavras-chave: Figuratividade. Historiografia linguística. Semiótica discursiva. Tipificação de proposições teóricas.
O ESTILO DISNEY DE CANTAR HISTÓRIAS: REFLEXÕES EM TORNO DO SINCRETISMO
Mário Sérgio Teodoro da Silva Júnior
(Doutorando UNESP – FCLAr)
Resumo: Fazemos, nessa comunicação, um balanço dos métodos despendidos em nossa abordagem, na dissertação O estilo Disney de cantar histórias, defendida em 2017, no Programa de Pós-Graduação em Linguística e Língua Portuguesa (FCLAr/UNESP), da articulação sincrética entre imagem e som, em quatro filmes animados musicais da Walt Disney (A pequena sereia, A bela e a fera, Aladdin e Frozen), com o propósito de encontrar, nesse conjunto de textos, o estilo arquienunciativo, subjacente a todas as enunciações pontuais, a partir das noções debatidas por Discini (2003, 2015) em torno do conceito. Observamos a tensão estabelecida entre, por um lado, os códigos específicos (plástico, musical, cinematográfico, verbal) e, por outro, o projeto enunciativo que dá coesão às formas das substâncias sonora e visual e coerência ao conteúdo que a elas corresponde, discriminando uma globalidade enunciada. O gesto comunicativo desse sujeito arquienunciador, a quem chamamos Disney, cria isotopias de formas de expressão e de formas de conteúdo, ao longo de sua história, associando os dois planos, no enunciado sincrético, por meio de processos referenciais entre as linguagens. Comungam as formas menos figurativas, isto é, menos dotadas de referências ao mundo natural, da semântica da plasticidade, da gestualidade e do código verbal. Esses processos, descritos sob os nomes de semissimbolismo, ancoragem e etapa, por exemplo, a partir das ideias, sobretudo, de Floch (2009) e de Barthes (1984), são lidos, em Pietroforte (2005), por sua vez, como um contínuo tensivo de valores referenciais e valores construtivos, capaz de esboçar certa arquitetura do texto sincrético, usada, no caso da Disney, para corroborar sua estratégia persuasiva, por meio do emaranhamento entre estímulos sensoriais, próprios das materialidades enunciadas, e valores ideológicos, próprios da demarcação sócio-histórica estadunidense.
Palavras-chave: Sincretismo; Estilo; Disney.