13 de abr. de 2020

Apresentações SSU - 16/04

Salve, salve, querides,

Seguimos com nossas achocolatadas apresentações do Seminário de Semiótica da UNESP (SSU), pós-Páscoa.

Marca lá: no dia 16/04 às 14:30 - não precisa sair da cama porque nosso encontro será online (clique aqui para acessar).

Seguem os resumos de nossos apresentadores:


A edição como prática semiótica: Estudo da identidade editorial “Hilda Hilst” em “Da poesia”

Gustavo Henrique Rodrigues de Castro (UNESP)


Na dissertação A edição como prática semiótica: Estudo da identidade editorial “Hilda Hilst” em Da poesia analisamos como os procedimentos de edição constroem a identidade editorial “Hilda Hilst” na obra de poemas Da poesia. Para tratar do gesto de inscrição do texto no suporte especificamente, assumimos o ponto de vista das práticas semióticas e alguns postulados da semiótica sincrética. Dente outras questões, o trabalho evidencia que a integração do nível do objeto-suporte com o do texto-enunciado é o lugar metodológico ideal para se tratar da prática de edição, especialmente se se considera que esta última organiza hierarquicamente os textos no interior de uma mesma unidade material: o livro Da poesia. Para garantir a coesão desse conjunto de textos, além de mecanismos de intertextualidade, a instância de edição lançaria mão de um uso específico de categorias topológicas, reservando a /centralidade/ da página aos textos que rementem à autoria (poemas, títulos etc.) e a /lateralidade/ (margens, rodapés) aos textos que remetem à edição (notas, posfácio etc.). Assim, sob o ponto de vista das práticas, o livro pode ser encarado como um sistema topologicamente ordenado, no qual a localização (central ou periférica) de um texto determina o tipo (autoral ou editorial) e a densidade (alta ou baixa) da presença que ele poderá realizar. A prática de edição pode então ser entendida como um procedimento de mediação estabelecido entre texto e objeto, cuja análise revela, neste caso, como e quais sentidos esse gesto mediador atribui à identidade editorial “Hilda Hilst” em Da poesia. 

Palavras-chave: Identidade; Hilst, Hilda; Níveis de pertinência da análise semiótica; Prática de edição; Semiótica francesa; Suporte.



Do enunciado à prática: o suporte nas inscrições urbanas

Thiago Moreira Correa (UNESP)


A abordagem das inscrições urbanas encontra um modelo pertinente de análise nas propostas de Fontanille (2005, 2008) a respeito das práticas semióticas, pois se verifica que, na construção de sua significação, há correlação (HJELMSLEV, 2006) entre os níveis do texto-enunciado, objeto e da cena prática. Ao observar a história das inscrições urbanas – denominação “neutra” ligada às práticas já estabelecidas e conhecidas como tag, grafite, arte urbana, pixação, etc. – toma-se o suporte como elemento estrutural, ou seja, as mudanças ocorridas no suporte estão vinculadas sistematicamente a alterações nas práticas e nos textos-enunciados. Desse modo, os desenvolvimentos estabelecidos por Dondero e Reyes (2016) direciona nossa investigação sobre as transformações no emprego do suporte que propiciaram inovações nas práticas das inscrições urbanas. Devido ao seu caráter mediador no percurso de integração dos níveis de pertinência, o suporte ganha relevância no estabelecimento e evolução das práticas ao longo do tempo, com isso, busca-se mostrar que a leitura de uma inscrição na rua pode propiciar não apenas a compreensão de um enunciado, mas, sobretudo, de um grupo social e da interferência do suporte na construção do sentido.

Palavras-chave: Suporte; Práticas Semióticas; Semiótica das Culturas; Inscrições Urbanas.



Semiótica e cultura de massa: percursos historiográficos

Amanda Helena Granado (UNESP)


Esta pesquisa objetiva compreender em que medida a semiologia europeia e a semiótica francesa interessaram-se pelos objetos da cultura de massa, ou seja, como ambas formularam pressupostos teóricos a partir da emergência de práticas ligadas à indústria cultural e à comunicação social. Para tanto, lança-se mão dos princípios da historiografia linguística formulados por Konrad Koerner e Pierre Swiggers. Com base em suas reflexões, busca-se traçar a trajetória histórico-conceitual dos estudos sobre objetos de comunicação de massa realizados pela semiologia e pela semiótica greimasiana ao longo de um período de três décadas (1950-1979). A narrativa historiográfica a ser construída procura solucionar hipóteses que rondam os paradigmas metodológicos disposto dentro da linguística de origem estruturalista da época, de modo que possamos compreender como as práticas científicas da semiologia e da semiótica francesa desenvolveram e consolidaram suas perspectivas intelectuais. Nossa investigação circunscreve os primeiros desdobramentos da semiótica preconizada por Algirdas Julien Greimas [1917-1992] e a semiologia europeia, esta precursora daquela, desde as décadas de 1950 e 60, cujos pressupostos de Roland Barthes [1915-1980], Umberto Eco [1932-2016] e outros autores caracterizaram iniciativas decisivas para o interesse da semiologia e da semiótica pela cultura de massa. O conceito de indústria cultural, criado por Theodor Adorno e Max Horkheimer (1985), designa esse movimento de produção da cultura como mercadoria. Os estudos a respeito valeram-se dos produtos culturais enquanto ferramentas de integração ao status quo. A série de objetos padronizados e criados a partir desse movimento de racionalidade técnica, como os filmes, programas de TV, propagandas e HQs despertou bases teóricas para além da sociologia e da Escola de Frankfurt, conquistando as ciências da informação e da linguagem por intermédio da linguística estrutural, a semiologia e, mais tarde a semiótica francesa.

Palavras-chave: Historiografia da Linguística; Semiótica Discursiva; Semiologia; Cultura de Massa. 




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