Salve, salve, queridas e queridos,
A Semiótica Francesa após 1980: entre dispersão e convergência
Carolina Lindenberg Lemos (UFC)
Esta conferência pretende apresentar argumentos que possam sustentar a hipótese que a semiótica francesa se constitui com um paradigma científico nos termos de Thomas Kuhn (1970). A partir de balizas externas como a publicação de Sémantique: dictionnaire raisonnée de la théorie du langage (1979) e o falecimento de seu fundador A. J. Greimas em 1992, estabelecemos a década de 1980 como ponto de inflexão que poderia fazer a ponte entre a fundação da disciplina e seus desdobramentos atuais. Sendo assim, propusemos a investigação das publicações de artigos e relatórios de trabalho do Grupo de Pesquisas Semiolinguísticas de Paris, encabeçado por Greimas, que vieram a público na forma dos antigos números dos Actes sémiotiques (1977-1987). O trabalho de levantamento, organização e análise transversal do corpus – em especial da série Bulletins – confirma a hipótese inicial, revelando em seu percurso não apenas os temas abordados nos seminários e ateliês, como também o funcionamento interno dos trabalhos do Grupo de Paris. A alta atividade de pesquisa num centro importante, a atração duradoura do grupo em volta de questões suficientemente inovadoras e abertas se configuram assim como elementos centrais para a confirmação da semiótica francesa como paradigma científico. Por fim, a pesquisa epi-historiográfica com o corpus gerou produtos igualmente importantes, uma vez que o material levantado e tratado constitui fonte central não apenas para o historiógrafo interessado na disciplina, mas também para os semioticistas em geral, dado o constante retorno da teoria a seus fundamentos teóricos e metodológicos.
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