A dissertação recomendada pelo blog do SSU nesta semana tem como objetivo a análise da persuasão em anúncios produzidos pelo Ministério da Saúde. A perspectiva utilizada é a Semiótica Visual, fundamentada nos trabalhos de Jean-Marie Floch e Antonio Vicente Pietroforte. A pesquisa foi desenvolvida por Lyssandra Maria Costa Torres e defendida em 2013 no programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal do Ceará.
TORRES, L. M. C. A persuasão em textos sincréticos: uma leitura semiótica de anúncios do Ministério da Saúde. 2013. 87f. Dissertação (Mestrado em Linguística) - Centro de Humanidades, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza.
Resumo:
Esta dissertação ocupa-se do estudo da persuasão em textos sincréticos à
luz da Semiótica Discursiva. Para tanto, discutimos o fazer persuasivo
na esfera do percurso gerativo do sentido e o modo como as categorias da
dimensão plástica do plano da expressão potencializam o efeito de
persuasão em textos sincréticos, a saber, quatro anúncios do Ministério
da Saúde. Conduzimos nossa discussão apresentando as definições gerais
da persuasão para depois tratá-la em diferentes alçadas: Retórica
Aristotélica, Nova Retórica, Linguística e Semiótica Discursiva, em que a
persuasão é apresentada como um fazer persuasivo ligado à instância da
enunciação. No quadro da teoria semiótica, expomos, com base nos estudos
de alguns semioticistas, como Barros (1988; 2005; 2012b), Bertrand
(2003), Greimas (1983; 2004) e Greimas e Courtés (2008), as
possibilidades da persuasão em cada nível do percurso gerativo do
sentido, partindo de alguns conceitos que se ligam a ela, como
manipulação, fidúcia e veridicção. Indo além, apoiamo-nos nas
contribuições de Floch (1985), e em seus seguidores, como Teixeira
(2008; 2009) e Pietroforte (2006; 2007), para apresentar as categorias
analíticas da dimensão plástica do plano da expressão (cromáticas,
eidéticas e topológicas). A respeito da persuasão no texto sincrético,
alguns questionamentos surgiram: se ocorre mais fortemente pela verbal,
pela não verbal ou pelas duas dimensões juntas, e, também, se os
mecanismos persuasivos exibem conteúdos equivalentes, fazendo-se valer
relações semissimbólicas e um efeito enunciativo global. A partir da
análise, vimos, dentre outras estratégias, que o enunciador Ministério
da Saúde mescla recompensa e ameaça pelos tipos de manipulação, que
produz efeitos de subjetividade e objetividade pelas debreagens e que se
utiliza de configurações plásticas do plano da expressão para
intensificar a persuasão nos textos analisados. Os resultados mostraram
que o enunciador ora cria uma imagem de si polida, ora não,
apresentando-se, por vezes, como um destinador-manipulador genuíno.
Link para o trabalho completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=9292
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