Este artigo, escrito por J. F. Bordron, discute o estatuto semiótico do
mundo natural ao considerar que o sentido e o ser senciente são indissociáveis.
A constituição do mundo natural (física, química, biológica, etc.) é
reconhecida por meio das capacidades sensoriais e a semiótica descreve a
natureza como fenômeno percebido pelo ser senciente. Não se trata de uma negação
da existência física ou química do mundo natural, mas sim de uma abordagem que
revela o mundo como uma “crença” estabelecida pelos sentidos fisiológicos: os
objetos naturais só adquirem significado ao serem percebidos por um ser
senciente. O mundo fenomenal, que é percebido em sua dimensão semiótica, surge
a partir da existência do mundo físico, mas esse mundo físico só pode ser
descrito a partir daquilo que se percebe dele. Compreende-se que,
epistemologicamente, a existência semiótica antecede o estabelecimento do
domínio cultural (social, histórico, político, etc.), já que esse domínio é
posterior à emergência sensorial do sentido.
Por Rubens César Baquião
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